A vida em perspectiva...

Ontem a minha melhor amiga I. sofreu um grave acidente de viação. Felizmente, estamos só a falar de danos materiais...um carro direto para a sucata. Sair ilesa foi um milagre depois de ter andado a rodopiar em plena VCI do Porto após ter sido, literalmente abalroada por um pesado de mercadorias. Ninguém parou para ajudar...é triste...surreal até. Como é possível com tanta gente a observar o que estava acontecer ninguém tenha sequer parado só para se certificar que a pessoa estava viva, que não era preciso chamar ajuda médica...enfim.

Quando recebi a chamada dela a contar-me o que tinha acontecido, mesmo depois de saber que não tinha nem um arranhão, foi difícil não chorar. Arrepia-me só pensar que o desfecho podia ter sido outro...

Assim que desligamos a chamada debati-me mais uma vez com a fragilidade da nossa existência. Com a vulnerabilidade do acaso e como de um momento para o outro podemos deixar de ser nós enquanto gente, para passarmos a ser simplesmente uma matéria que transitou neste universo. De há uns tempos para cá mudei de atitude em relação à vida. Dou-lhe mais valor...não sei se ela me valoriza a mim, se me dá a devida importância. Contudo, confrontada com as incertezas humanas dou por mim assumir uma atitude mais proactiva com ela. Não quero olhar para trás e sentir que deixei algo por fazer, por dizer ou por encontrar. Pode ser redutor ou até absurdo este meu pensamento, mas encaro estes detalhes do quotidiano como pequenos sinais de alerta que o universo nos dá...como se fossem chamadas de atenção ao nosso comportamento...do género: " Hei...tu aí! Não penses que te escondes, que andas impercetível neste mundo, Nós vemos-te e achamos que deves mudar de atitude perante a vida, perante ti mesmo!"

Caramba, isto é tudo tão fugaz...acontece tudo tão rápido, que não podemos de forma alguma ser simples espectadores do que por aqui se passa. Eu pelo menos não quero.







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